
O dia a dia de uma pessoa de Recrutamento e Seleção é estar em contato diário com dezena de profissionais, convidando as mesmas para seus processos seletivos, analisando perfis e checando se são aderentes ou não ao desafio de sua empresa (ou de seu cliente). Uma rotina bastante extenuante, porém, por diversas vezes muito satisfatória (afinal, você pode ser a porta de entrada para o futuro de emprego de alguém).
No universo de Tecnologia, um segmento onde existe escassez de profissionais qualificados, é comum abordarmos diversos profissionais e recebermos uma série de negativas, pois, apesar da crise que estamos vivendo ao longo de 2023, inclusive com layoff ocorrendo no setor de Tecnologia, o fato é que o colaborador Tech continua altamente demandado pelas empresas.
Uma situação não muito incomum no processo de entrevistas em tech é quando abordamos o profissional que, embora esteja satisfeito com empresa atual, o mesmo oferece uma “abertura” através da questão salarial.
“Se você me oferecer 30% a mais do que eu ganho, eu topo fazer a transição”.
Por diversas ocasiões, Gestores perguntam aos nossos Consultores se é “saudável” seguir adiante com candidatos que tem como grande motivação (quando não é a única) a questão salarial.
De antemão, digo não sou muito adepto desse caminho.
Eventualmente ele pode ser justificado nos poucos casos de “moscas brancas” no mercado (a pessoa é tão rara e qualificada que não as chances de gerar stress no time são baixas), em posições onde você pode atrelar uma meta bastante agressiva (“quer vir por valor acima da média? Então toma aqui um desafio diferenciado”) ou em casos onde não fechar rapidamente uma posição pode trazer prejuízos ainda maiores ao projeto e à empresa.
Em casos que não se encaixam no exemplo acima, por mais que “doa o coração”, a recomendação é não seguir adiante assim. Esse profissional pode gerar um problema ao time e a estrutura de cargos e salários da empresa (“por que ele, que chegou agora, está recebendo mais do que eu que já estou aqui?”), ser muito focado no curto prazo e, provavelmente, ter baixa lealdade à empresa (afinal, se ele aceitou vir por dinheiro, pode sair da mesma forma).